terça-feira, 14 de dezembro de 2010

I

O céu estava pálido.
Fiquei a fitá-lo por alguns segundos, com a mente tão branca quanto ele. Vazia. Infinita. Fechei os olhos com força e pequenos flashes coloridos, frenéticos, me hipnotizaram por um instante. Ao abrí-los, voltei a olhar para o céu. Me apoiei na janela. Décimo terceiro andar. Enconstei meu rosto nas grades frias, de ferro; meus olhos presos a algum ponto qualquer da rua: pequenos vultos indo para todos os sentidos, um emaranhar de vozes e outros sons distantes, o barulho abafado dos carros no asfalto. Nuvens. Algumas gotas geladas caíram, repentinas, sobre meu braço. Escorreram pelo parapeito. De encontro com as grades de ferro, faziam uma espécie irritante de tilintar. No começo, poucas. E foram aumentando. E o céu escureceu.

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